quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

VIVENCIANDO A CONSCIÊNCIA PURA


Sempre que observamos a mente, livramos a consciência das
formas da mente, criando aquilo que chamamos o observador ou a testemunha. Conseqüentemente, o observador - que é a pura consciência além da forma - se torna mais forte e as formações mentais se tornam mais fracas.


Quando falamos sobre observar a mente, estamos personalizando um fato de verdadeiro significado cósmico porque, através de você, a consciência está despertando do seu sonho de identificação com a forma e se retirando da forma. Isso é o prenúncio - e também parte - de um acontecimento que provavelmente ainda está num futuro distante, no que diz respeito ao tempo cronológico. Esse acontecimento é conhecido como o fim do mundo.

PARA FICARMOS PRESENTES no dia-a-dia, ajuda muito estarmos profundamente enraizados dentro de nós. Do contrário, a mente, que tem um impulso inacreditável, nos arrastará com ela, tal como um rio caudaloso.

Significa ocupar o corpo completamente. Ter sempre a atenção concentrada no campo energético interipr do corpo. Sentir o corpo bem lá no fundo, como se diz. A consciência do corpo nos mantém presentes. Ela nos dá uma base firme no Agora.

O corpo que podemos ver e tocar não consegue nos conduzir para dentro do Ser. Mas esse corpo visível e palpável é só uma casca, ou melhor, uma percepção limitada e distorcida de uma realidade mais profunda. Em nosso estado natural de conexão com o Ser, essa realidade mais profunda pode ser sentida, a cada momento, como o corpo interior invisível, que é a presença viva dentro de nós. Portanto, "habitar o corpo" é sentir o corpo bem lá no fundo, de modo a sentir a vida dentro dele e, assim, perceber que somos algo mais além da forma exterior.

Enquanto sua mente absorver toda a sua atenção, você não conseguirá estar em conexão com o Ser. Quando isso acontece - e
acontece sem parar para a maioria das pessoas , você não está em seu corpo. A mente absorve toda a sua consciência e a transforma em matéria mental. Você não consegue parar de pensar.


Para se tornar consciente do Ser, você precisa ter de volta a consciência aprisionada pela mente. Essa é uma das tarefas mais essenciais na sua jornada espiritual. Ela vai libertar grandes porções de consciência que antes estavam presas nos pensamentos inúteis e compulsivos. Uma forma muito eficaz de realizar essa tarefa é desviar o foco da atenção do pensamento e dirigi-lo para o interior do seu corpo, onde o Ser pode ser percebido, numa primeira etapa, como o campo de energia invisível que dá vida àquilo que você entende como o seu corpo físico.

EXPLICANDO A MENTE

 Um pouco de teoria para compreendermos melhor o que Eckhart Tolle procura nos transmitir atráves do Praticando o Poder do agora.

Mente é o estado da consciência ou subconsciência que possibilita a expressão da natureza1 humana. 'Mente' é um conceito bastante utilizado para descrever as funções superiores do cérebro humano relacionadas a cognição e comportamento2 . Particularmente aquelas funções as quais fazem os seres humanos conscientes3 , tais como a interpretação, os desejos, o temperamento, a imaginação, a linguagem, os sentidos, embora estejam vinculadas as qualidades mais inconsciente como o pensamento, a razão, a memória, a intuição, a inteligência, o arquétipo, o sonho, o sentimento, ego e superego. Por isso, o termo também descreve a personalidade e costuma designar capacidades humanas, ou mesmo, empregado para designar capacidades de seres sobrenaturais, como na expressão "A mente de Deus".

Etimologicamente, o termo vem do latim mèntem, que tem o significado de pensar, conhecer, entender, e significa também medir, visto que alguém que pensa não faz outro que medir, ponderar as ideias.4 Os gregos utilizavam o termo nous para indicar a mente, a razão, o pensamento, a intuição.

A natureza da mente

Grosso modo, há três posições sobre a natureza da mente. Os dualistas defendem a tese da distinção entre mente e corpo. Os monistas defendem a tese da identidade entre mente e corpo. Os epifenomenalistas defendem a tese da superveniência da mente sobre o corpo.

Dualismo

De acordo com o dualismo, a mente é uma substância distinta do corpo. Entre os defensores do dualismo encontramos os filósofos René Descartes e John Locke.
No dualismo, o conceito de mente pode ser aproximado ao conceitos de intelecto, de pensamento, de espírito e de alma do ser humano.
René Descartes propós o dualismo das substâncias (que seriam uma entre duas coisas: res cogitans ou res extensa). Para ele o espírito e o corpo seriam nitidamente distintos. Espírito e matéria constituiriam dois mundos irredutíveis, assim não seriam nunca uma substância só, mas sempre duas substâncias distintas. Espírito seria do mundo do pensamento, da liberdade e da atividade; e matéria seria do mundo da extensão, do determinismo e da passividade.
O dualismo metafísico cartesiano deixou como herança à posteridade uma série de problemas graves. Por exemplo, como explicar inter-relações entre as substâncias tão heterogêneas entre si. Para ele, somente em Deus elas poderiam ser reunidas e formar uma só substância. Corpo e alma seriam substâncias finitas que de Deus proviriam, isso é, seriam fruto de um ser de substância infinita. Como uma substância finita poderia derivar de uma substância infinita ? E ainda por analogia, somente no ser humano se encontrariam, com se almagamadas, a alma e o corpo, que ao sentido parecem quase indistintas e não separadas. Mas Descartes não considera verossímil algo apreendido dos sentidos.
O espírito (com seu pensamento e o intelecto) estaria para o corpo assim como a mente estaria para a alma. Assim a mente seria aquilo que do espírito parece distinto mas realmente não é distinto, continua sendo res cogitans. A dualidade espírito-mente seria uma falsa dualidade, seguindo o pensamento de Descartes. Somente a mente pareceria distinta porque apresenta-se quase estática, já que é reflexiva, por sinal, quase palpável; enquanto o espírito aparece aos sentidos como ativo, criativo, mutável etc. Enquanto o espírito seria o ativo da substância res cogitans, a mente seria seu ângulo potencial, aquilo que o pensamento tem de ponderável, como um pensamento que se adensa ou se aprofunda em um assunto, talvez o subjetivo do pensamento. A mente seria ao sentido como um imponderável que seria mensurável.
Uma outra analogia seria pensar no corpo saudável que seria a condição para a manifestação do espírito vibrante. Assim também, a alma já salva seria a condição suficiente desta se manifestar espiritual(mente). Sem que esse modo ou maneira (mente também remete a modo, por exemplo, rapida.mente, lenta.mente) possa ser confundida com alguma medida ou limite do espírito.

Monismo

De acordo com o monismo, mente e corpo são uma e a mesma coisa. Há dois tipos de monismo, o monismo que reduz o corpo à mente e o monismo que reduz a mente ao corpo.
O monismo que reduz o corpo à mente é conhecido como imaterialismo, e foi defendido por George Berkeley.
O monismo que reduz a mente ao corpo é conhecido como materialismo, e foi e continua sendo defendido por diversos filósofos, psicólogos e cientistas cognitivos.

Epifenomenalismo

De acordo com o epifenomenalismo, há uma única coisa, o corpo, e a mente é algo que sobrevém ao corpo.
O monismo anômalo do filósofo Donald Davidson é considerado um tipo de epifenomenalismo.

Neurociência

A neurociência é um termo que reúne as disciplinas biológicas que estudam o sistema nervoso. Muitas descobertas da neurociência trazem intrigantes fatos a respeito da mente.

Calosotomia completa e duplo cérebro

O estudo de pessoas que tiveram os dois hemisférios cerebrais separados (o que se chama de calosotomia, resultado de cirurgia para tratar casos graves de epilepsia, ou devido a traumatismos ou derrames) têm trazido importantes implicações para o entendimento do funcionamento da mente. Os hemisférios direito e esquerdo são em muitos aspectos simétricos. O hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo controla o lado direito e as funções mentais são distribuidas nos dois. No entanto, na maioria das pessoas, algumas funções mentais são mais concentrados no hemisfério esquerdo (linguagem, raciocínio linear), enquanto outras são mais concentradas no direito (emoções intensas, intuição espacial do próprio corpo, expressão emocional no rosto). Além disso, o campo visual esquerdo de cada olho é recebido pelo hemisfério direito e o campo visual direito é recebido pelo esquerdo. O corpo caloso permite a comunicação entre os dois hemisférios.
Ocorre que nos pacientes que tiveram seu corpo caloso completamente dividido (calosotomia), os hemisférios perdem a comunicação entre si (embora com o tempo o cérebro tenda a encontrar outras maneiras de estabelecer comunicação entre os dois hemisférios através de outras conexões nervosas que existem no cérebro além do corpo caloso). Com isso, o hemisfério esquerdo, que controla o lado direito do corpo e é especializado na linguagem, passa a funcionar de modo separado do hemisfério direito, que controla o lado esquerdo do corpo e é especializado nas emoções. 16
Embora o hemisfério direito não tenha acesso aos centros de línguagem e, portanto, não possa falar, ele pode rearranjar cartas com letras dispostas numa mesa com a mão esquerda. Por exemplo, em um estudo, a um sujeito que havia sofrido calosotomia foi perguntado sobre qual é sua profissão ideal. Verbalmente (ou seja, usando o hemisfério esquerdo), o paciente respondeu que ele gostaria de ser desenhista. No entanto, com a mão esquerda (isto é, usando o hemisfério direito), ele rearranjou as letras formando as palavras "corrida automobilística" ("car race", em inglês) sem que seu hemisfério esquerdo (o que fala) tivesse consciência disso. 17 .
Roger Sperry, sobre numa pesquisa com pacientes com o cérebro dividido, relata que, quando foi mostrada ao hemisfério direito do paciente (por meio de óculos especiais que bloqueiam o campo visual direito de cada olho) uma foto de uma pessoa familiar, a mão esquerda apontou a primeira letra do nome dessa pessoa, embora o paciente dissesse (o hemisfério esquerdo) que não via foto alguma e que tampouco movia o braço esquerdo. Quando uma foto do próprio paciente foi mostrada ao hemisfério direito, o paciente respondeu com reações emocionais tais como gargalhadas e sorriso autoconsciente, além de frases emocionais simples como "Oh, não! Oh, Deus!". O hemisfério direito também respondeu com polegar para cima ou para baixo de modo socialmente correto para fotos de personalidades famosas tais como Winston Churchill e Hitler. Tudo isso com o paciente dizendo (seu hemisfério esquerdo) que não via foto nenhuma.18
O hemisfério direito do cérebro, funcionando independentemente e isolado do esquerdo, demostra inteligência. Ele pode perceber, analisar, lembrar, realizar raciocínio complexo, compreender emoções e expressá-las, demostrar conhecimento cultural e responder criativamente a novas situações. 19
Essas pesquisas mostram que, em alguns casos de cérebro dividido, o cérebro gera o que parece ser duas consciências separadas. A pesquisa sobre pacientes com cérebro dividido levou o neurocientista e ganhador do prêmio Nobel Roger Sperry a concluir: "Tudo o que vimos indica que a cirurgia deixou essas pessoas com duas mentes distintas, isto é, duas esferas separadas de consciência. O que é experimentado no hemisfério direito parece estar totalmente fora do âmbito do que é experimentado pelo hemisfério esquerdo." 20
Uma das consequências mais dramáticas e evitadas da calosotomia é a síndrome da mão alheia. Uma das mãos "ganha vontade própria" (em geral a esquerda) após a cirurgua e se opõe ao que o paciente deseja, desfazendo o que a mão direita faz (conflito intermanual). Por exemplo, tarefas como abrir uma porta com a mão direita é desfeita pela esquerda. Ao se vestir, a mão esquerda pode se opor, e luta para tirar a roupa que a mão direita por sua vez luta para colocar. Em outro caso, a mão esquerda (hemisfério direito) de um paciente preferia alimentos diferentes e até mesmo programas de televisão diferentes, intervindo contra a vontade expressa pelas ações da mão direita que é verbalizada pelo paciente. Há ainda o caso de um paciente cuja mão esquerda se opunha sempre que o paciente tentava acender um cigarro e fumar, a mão esquerda frequentemente arrancava o cigarro ou o esqueiro e os atirava longe. Outro caso relatado é a de um paciente cuja mão estranha apalpava o seio de todas as mulheres que se aproximavam dele, provocando um grande contrangimento para ele.21
Esses estudos científicos colocam sérias questões ao dualismo, pois seus resultados parecem inconciliáveis com a idéia da existência de uma alma individual (isto é, indivisível) independente do cérebro, já que fornecem fortes evidências de que uma divisão física do cérebro produz como que duas almas diferentes que possuem propósitos, gostos, opiniões, personalidade e pensamentos diversos, embora compartilhem lembranças de fatos anteriores à separação dos hemisférios. Se a mente se torna duas mentes ao nível físico do cérebro dividido em dois, como não concluir que, durante o momento da morte física do cérebro e a ruptura cada vez maior das conexões neuronais, o que chamamos de mente se multiplica em numeráveis "mentes" cada vez mais dispersas até que todas as conexões se desfazem? 22

Regras mentais

Grosso modo, há duas posições sobre o tipo de regra que rege os fenômenos mentais. De acordo com os naturalistas, a mente segue estritamente as leis da natureza. De acordo com os normativistas, a mente segue regras racionais distintas das leis naturais.

Naturalismo

Segundo o naturalismo, as leis naturais são tudo o que precisamos para explicar os fenômenos mentais. Tal posição reduz os fenômenos mentais aos fenômenos biológicos, os quais, por sua vez, são reduzidos aos fenômenos físicos.
O naturalismo é bastante popular entre psicólogos e cientistas. Marcel Mauss e (provavelmente) Sigmund Freud são naturalistas.

Normativismo

Segundo os defensores da normatividade, os fenômenos mentais do tipo racionais não podem ser explicados pelas leis naturais.
Atualmente, o normativismo tem ganhado popularidade entre os filósofos. John McDowell defende, seguindo Wilfrid Sellars, a distinção entre o espaço lógico das razões, típico da racionalidade, e o espaço lógico das leis, típico da natureza.

Relação entre a Mente e a Subjectividade

Existe uma relação entre a mente e o mundo interior de cada um de nós, na medida em que se apresenta uma relação entre o que pensamos e sentimos e o que fazemos, assim como também existe uma relação entre o nosso comportamento, as condições em que nos encontramos e o que sentimos e pensamos. A mente refere-se assim a algo interior e subjectivo dos seres humanos, na medida em que o nosso mundo interior, os nossos pensamentos e desejos, os nossos medos e sentimentos são algo que não se pode ver, mas que existe em cada indivíduo. Assim, chegou-se à conclusão que existe uma forte relação entre o que cada indivíduo é, e como compreende e se comporta a cada momento.


retirado do site:http://pt.wikipedia.org/wiki/Mente#A_natureza_da_mente

O PASSADO NÃO CONSEGUE SOBREVIVER DIANTE DA PRESENÇA


Uma eventual curiosidade quanto ao passado inconsciente poderá ser satisfeita através dos desafios do presente. Quanto mais penetramos no passado, mais ele se torna um buraco sem fundo. Haverá sempre alguma coisa a mais. Você pode pensar que precisa

de mais tempo para entender o passado ou se livrar dele, ou, em outras palavras, que o futuro irá finalmente livrá-lo do passado. Isso é ilusão. Só o presente pode nos livrar do passado. Uma maior quantidade de tempo não consegue nos livrar do tempo.


Acesse o poder do Agora. Essa é a chave. O poder do Agora nada mais é do que o poder da sua presença, da sua consciência libertada das formas de pensamento. Portanto, lide com o passado no nível do presente. Quanto mais atenção você der ao passado, mais energia estará dando a ele e mais probabilidades terá de construir um "eu interior" baseado nele.

Não confunda as coisas. A atenção é essencial, mas não em relação ao passado como passado. Dê atenção ao presente. Dê atenção ao seu comportamento, às suas reações, ao seu humor, seus pensamentos, suas emoções, medos e desejos, da forma como eles acontecem no presente. Ali está o seu passado. Se você consegue estar presente o bastante para observar todas essas coisas, não de modo crítico ou analítico, mas sem julgamentos, significa que você está lidando com o passado e dissolvendo-o através do poder da sua presença.

Não é procurando no passado que você vai se encontrar. Você vai se encontrar estando no presente.

ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA, ESTEJA POR INTEIRO


Você está sofrendo de estresse? Pensa tanto no futuro que o presente está reduzido a um meio para chegar lá? O estresse é causado pelo estar "aqui" embora se deseje estar "lá", ou por se estar no presente de¬sejando estar no futuro. É uma divisão que corta a pessoa por dentro.

O passado toma uma grande parte da sua atenção? Você fre-quentemente fala e pensa sobre ele, tanto de forma positiva quanto negativa? As grandes coisas que você conquistou, suas experiên¬cias e aventuras, ou as coisas horrorosas que lhe aconteceram ou, talvez, que você fez a alguém?

Será que seus processos de pensamento estão gerando culpa, orgulho, ressentimento, raiva, arrependimento ou autopiedade? Então você está não só dando mais força ao falso eu interior como também ajudando a acelerar o processo de envelhecimento do seu corpo através da criação de um acúmulo de passado na sua psique. Constate isso observando à sua volta aquelas pessoas que têm uma forte tendência para se apegar ao passado.

MORRA PARA O passado a cada instante. Você não precisa dele. Refira-se a ele apenas quando totalmente relevante para o presente. Sinta o poder do momento presente e a plenitude do Ser. Sinta a sua presença.

Você tem preocupações? Tem muitos pensamentos do tipo "e se"? Você está identificado com a mente, que está se projetando num futuro imaginário e criando o medo. Não há como enfrentar tal tipo de situação, porque ela não existe. É um fantasma mental.

Você pode parar com essa insanidade que corrói a saúde e a vida aceitando simplesmente o momento presente.

PERCEBA A SUA RESPIRAÇÃO. Sinta o ar entrando e saindo do seu corpo. Sinta o seu campo interno de energia. Tudo com que você sempre teve que lidar, tudo que teve de enfrentar na vida real, em oposição às projeções imaginárias da mente, é o momento presente.


Pergunte-se qual é o seu "problema" neste exato momento, não no ano que vem, ou amanhã ou daqui a cinco minutos. O que está errado neste exato momento?

Você pode sempre enfrentar o Agora, mas não pode jamais enfrentar o futuro, nem tem de fazer isso. A resposta, a força, a atitude certa estarão à sua disposição quando você precisar, nem antes nem depois.

Você está sempre "esperando" alguma coisa? Quanto tempo da sua vida você passou esperando? Chamo "espera de pequena escala" a espera na fila do correio, num engarrafamento de trânsi¬to, no aeroporto, por alguém que vai chegar, um trabalho que pre¬cisa ser terminado, etc. Chamo de "espera em grande escala" a espera pelas próximas férias, por um emprego melhor, pêlos filhos crescerem, por uma relação verdadeiramente significativa, pelo sucesso, para ficar rico, para ser importante, para se tornar ilumi-nado. Não é raro que as pessoas passem a vida toda esperando para começar a viver.

Esperar é um estado mental. Significa basicamente desejar o futuro e não querer o presente. Você não quer o que conseguiu e deseja aquilo que não conseguiu. Em qualquer dos tipos de espera, você, inconscientemente, cria um conflito interior entre o seu aqui e agora, onde você não quer estar, e o futuro projetado, onde você quer estar. Essa situação reduz grandemente a qualidade da sua vida ao fazer você perder o presente.

Por exemplo: muitos de nós estamos à espera da prosperidade.

Ela pode não acontecer no futuro. Quando respeitamos, admitimos e aceitamos completamente a realidade do presente - onde estamos, quem somos, o que estamos fazendo agora -, quando aceitamos o que temos, significa que estamos agradecidos pelo que conseguimos, pelo que é, pelo Ser. A gratidão pelo momento pre¬sente e pela plenitude da vida atual é a verdadeira prosperidade. Não está no futuro. Então, no tempo certo, essa prosperidade se manifesta para nós de várias maneiras.


Se você não encontra satisfação nas coisas que possui, se tem um sentimento de frustração ou de aborrecimento por não ter tudo o que quer no presente, isso pode levá-lo a querer enriquecer, mas, mesmo que consiga milhões, continuará a ter uma sensação de que falta alguma coisa. Talvez o dinheiro lhe compre muitas experiên¬cias excitantes, embora passageiras, deixando sempre uma sensação de vazio e estimulando uma necessidade de gratificação física ou psicológica ainda maior. Você não vai se conformar em simplesmente ser e, assim, sentir a plenitude da vida agora - a verdadeira prosperidade.

DESISTA DA ESPERA como um estado da mente. Quando você se vir escorregando para a espera... pule fora. Venha para o momento presente. Apenas seja e aprecie ser. Quando esta¬mos presentes, nunca precisamos esperar por nada.

Portanto, da próxima vez que alguém disser "desculpe por ter feito você esperar", sua resposta pode ser: "Está tudo bem, não estava esperando. Estava aqui contente comigo - com meu eu interior."

Essas são apenas algumas das estratégias comuns da mente para negar o momento presente, já incorporadas à inconsciência comum. São fáceis de passar despercebidas porque já estão entranhadas em nosso modo de vida, como o ruído de fundo do nosso eterno descontentamento. Mas quanto mais você praticar o monitoramento do seu estado interior emocional e mental, mais fácil será perceber em que momento você foi capturado pelo passado e pelo futuro, o que significa dizer pela inconsciência, bem como despertar da ilusão do tempo dentro do presente.


Mas tenha cuidado: o eu interior falso e infeliz, baseado na iden-tificação com a mente, vive no tempo. Ele sabe que o presente significa a sua própria morte e sente-se ameaçado. Fará tudo para afastar você do Agora. Tentará manter você preso ao tempo.

Num certo sentido, o estado de presença poderia ser comparado à espera. E um tipo diferente de espera, que requer uma prontidão total. Alguma coisa pode acontecer a qualquer momento, e, se não estivermos absolutamente acordados e calmos, vamos perdê-la. Nesse estado, toda a nossa atenção está no Agora. Não há nenhum espaço para fantasias, pensamentos, lembranças, antecipações. Não há tensão nem medo, apenas uma presença alerta. Estamos presentes com todo o nosso Ser, com cada célula do corpo.

Nesse estado, o "você" que tem um passado e um futuro, em outras palavras, a personalidade, dificilmente está ali. E, mesmo assim, não se perdeu nada de valor. Você ainda é essencialmente você. Na verdade, você é muito mais inteiramente você do que jamais terá sido, ou melhor, somente agora você é verdadeiramente você.

O ESTADO ATEMPORAL DE CONSCIÊNCIA



Quando cada célula do nosso corpo está tão presente que vibra com a vida, e quando conseguimos sentir essa vida a cada momento como a alegria do Ser, podemos dizer que estamos livres do tempo. Livrar-se do tempo é livrar-se da necessidade psicológica tanto do passado quanto do futuro. Isso representa a mais profunda transformação de consciência que você possa imaginar.

DEPOIS DOS PRIMEIROS vislumbres do estado atemporal de consciência, passamos a viver em um vaivém entre a dimensão do tempo e a presença. Primeiro, você começa a perceber que a sua atenção raramente está no Agora. Entretanto, saber que você não está presente já é um grande sucesso. O simples saber já é presença - mesmo que, no início, dure só alguns segundos no tempo do relógio antes de desaparecer outra vez.
Depois, com uma frequência cada vez maior, você escolhe dirigir o foco da consciência para o momento presente, e não para o passado ou o futuro. Todas as vezes que você percebe que perdeu o Agora, percebe ser capaz de permanecer nele não apenas por alguns segundos, mas por períodos mais lon­gos, se vistos da perspectiva externa do tempo do relógio.
Portanto, antes que sejamos capazes de nos estabelecer com firmeza no estado de presença, oscilamos, periodicamente, de um lado para o outro, entre a consciência e a inconsciência, entre o estado de presença e o estado de identificação com a mente. Perdemos o Agora várias vezes, mas retomamos a ele. Por fim, a presença se torna o estado predominante.